quarta-feira, 10 de agosto de 2016

O deus dominante

Qual é o deus que você conhece? Qual é o deus que você revela?

Ao que parece, antes de conhecer e saber quem é o Deus verdadeiro precisamos saber quem Ele não é. E Ele não é um general, um tirano, um deus impessoal, um deus distante... Deus não é um cara arrogante assentado em um trono desejoso de vingança e castigo, que governa o mundo a fim de condená-lo. O Deus verdadeiro não se relaciona na base da dominação, da imposição ou do medo. Não!

O Deus verdadeiro é Amor, que expulsa o medo! Ele é o Justo Juiz sim, mas é também Misericórdia e Graça, e Ele mesmo revela que a Misericórdia triunfa sobre o Juízo. Como? Ao invés de nos condenar por não termos entendido que Ele nos basta e rejeitado o relacionamento com Ele, o que Ele fez foi se colocar em nosso lugar e pagar o preço. Ele poderia ter nos aniquilado, mas preferiu morrer a matar. A Sua misericórdia triunfa sobre o Seu juízo. E a menos que entendamos isso sobre o Seu caráter, nada vai fazer qualquer sentido em nossa vida, porque não conseguiremos cumprir o que Ele mais deseja para nós: que nos relacionemos com Ele.

Em alguns momentos da história houve equívocos e distorções sobre o caráter de Deus. Assim nos acostumamos a vê-Lo como um Chefe e não como amigo, como um rei tirano e não como um Pai. Mas em Cristo Ele veio nos revelar exatamente essas coisas sobre Si.(João 15.15)(Romanos 8.15)(2Coríntios 6.18)

É necessário entender que não é possível conhecer o Pai sem conhecer o Filho. Sendo assim, o que precisamos fazer para conhecer do caráter de Deus é olhar para o Filho Jesus. Ele é a revelação autêntica de quem Deus é.

A 1ª ilustração abaixo revela muito sobre o deus que muitos têm conhecido (e revelado): um deus cuja concepção é construída com base em si mesmo, no seu próprio ego controlador e que deseja toda atenção.

Já a 2ª imagem ilustra um pouco melhor o Deus verdadeiro.
Mas a questão é: quem não O conhece só tem olhos para a primeira ilustração - criticando-a ou se vitimizando por viver dessa forma -, porque o deus que ele(a) conhece não é o verdadeiro, mas o seu próprio ego.





quarta-feira, 2 de março de 2016

Quando Caminho Sem Pressa

 Eu aprecio tanto a calmaria que poderia passar horas em um suposto ócio, permitindo-me contemplar a tranquilidade que se passa despercebida por mim. No seu tempo. No seu próprio ritmo. Nas suas notas que silenciam o meu respirar e cantam o meu pulsar.


 A necessidade é tão urgente que me move a caminhar pelas ruas e assistir ao sermão do estilo de vida que tanto almejo. Gosto muito de andar por aí e perceber as pessoas jogando conversa fora no portão de suas casas, crianças brincando na rua ou na calçada, trabalhadores desacelerando o passo à medida que vão chegando aos seus lares. Enquanto isso, eu também desacelero e dou atenção à brisa que corre sem pressa de uma rua a outra, e percebo que essas cenas ainda existem; a leveza ainda nos habita.

 Minha mente pede que eu pare e a pressa diz que eu não posso. Mas serei eu mesmo o responsável pelo meu próprio ritmo ou apenas mais um subordinado à ditadura do falso urgente?! Minha mente me chama a essa responsabilidade. Meu coração fadigado grita pra eu ir com calma. Meu corpo já não fala, pois está ofegante. E eu, no todo de mim mesmo, decido que não quero mais perder o que eu deveria estar ganhando; que eu não quero mais adiar as prioridades ou marcar encontros com o que toma o meu tempo. Eu dei atenção ao conhecimento que me diz a respeito do processo que se completa em si mesmo.

 A pressa é uma vilã. A pressa nos priva do prazer de um café ou um chá com uma pessoa especial enquanto um deixa suas impressões e afeições no outro. A pressa nos ausenta dos encontros com a paz. A pressa nos furta a esperança, sendo essa a virtude responsável por nos tornar grandiosos; por nos dar a percepção do tempo sem fim que mora em nós. Essa percepção que nos eleva, que nos tira do encanto que domina as mentes vazias, que nos apresenta às virtudes preciosas que simplesmente existem, sem terem começado e que jamais acabarão. A pressa não é apenas inimiga, mas o oposto da perfeição. Essa perfeição que é eterna. A eternidade que habita esse coração apressado e se revela somente a quem anseia por experimentá-la.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Congresso Internacional da Esperança

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
(Carlos Drummond de Andrade)


As flores amarelas e medrosas produziram sementes.
Sementes de amor que plantamos no peito e nos fez renascer.
Então começamos a cantar a música que espanta os males.
E permaneceremos cantando sobre a certeza da vida que a morte não mata,
Cantaremos a liberdade que oprime os opressores,
Cantaremos o ser Igreja, o amor das mães, a ousadia dos soldados,
As vitórias no deserto, as aventuras nos mares, a esperança dos sertões.
Não cantaremos o medo, porque este, embora exista não nos domina.
Pertencemos ao Bom Pastor, nosso Pai e nosso companheiro,
Que se tornou o nosso cântico e nos acolheu em Seu abraço.
Para sempre cantaremos o Amor e a Esperança que vem dele.
Que nos refugia em suas asas daqui para a eternidade.