terça-feira, 23 de junho de 2015

Escolher, em consciência, a essência

"Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.” Rubem Alves
É tão bom passar tempo vago na internet e sentir que, nesse tempo, você conheceu algo útil, entendeu algo importante e teve seu espírito edificado...

Às vezes, nos esquecemos da nossa (linda) capacidade de escolher e fazê-lo bem. Nos esquecemos do controle que temos sobre as coisas que ingerimos, com as quais alimentamos nossa mente, emoções e esperança. Vivemos tão automaticamente hoje em dia, que perdemos a essência pelo caminho, desaprendemos a viver bem e nos frustramos ao deparar com nosso eu perdido, cansado e conformado com qualquer coisa.

Por isso o lembrete a seguir é tão válido e necessário: Sabe, você não precisa aceitar tudo que te oferecem - isso vale tanto na vida online quanto na real. Você não precisa achar graça das bobagens que todo mundo acha, você não precisa ter uma opinião pra tudo e se impor numa arrogância idiota só pra se sentir parte de um grupo social... Tudo bem você ser apenas você, e pensar em você, e querer dar espaço para o que é bom a fim de que se torne melhor. Tudo bem você ser incompreendido por muitos, simplesmente porque não gosta do que todo mundo gosta ou porque não quer o que todo mundo deseja ou possui.

E você pode se perguntar o que 'ser você mesmo' tem a ver com 'se preencher de coisas boas'. Pois bem... Identidade é algo exclusivo, único, valioso, e que infelizmente tem perdido sua importância nessa era em que o importante mesmo é ser banal. A identidade é algo que se constrói através de experiências, relacionamentos, questionamentos e um tanto de outras coisas. E tudo isso, tudo o que é necessário pra que alguém possua a sua própria identidade, tem a ver com escolhas. Portanto, se você permite a si mesmo ir atrás dos outros sem sequer saber para onde estão indo, ou se tem preguiça de pensar, buscar conhecimento, coisas que te edificarão e elevarão sua mente e razão, então você estará abrindo mão do seu poder de escolha (o único poder que possuímos) para escolher de maneira inconsciente. Você estará decidindo ser apenas uma cópia, mais uma alma solitária que faz o que todos fazem, que quer o que todos querem, que gosta do que todos gostam, que se esquece a cada dia de quem poderia se tornar, caso filtrasse as informações que recebesse e soubesse reter apenas o que é bom, descartando o descartável e não se alimentando dele.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Uma verdade sobre a verdade


O papel de quem crê na verdade não é de agir como se ela fosse sua propriedade exclusiva. A propósito, quando alguém conhece a verdade e a aceita, passa a pertencer a ela, como todos os outros que o mesmo fazem, e não o contrário. Dito isso, não, aquele que pertence à verdade não deve tentar impor ou obrigar outros a conhecê-la, a pertencer ao que ele já conhece. Esse pode desejar para aqueles a quem ama, que também a encontrem; ele pode transmitir a beleza e benefício da liberdade que há em viver a verdade em seus atos; ele pode até oferecê-la, afinal, tudo quanto provamos de bom, queremos que outros também provem; mas não se pode, jamais, enfiá-la goela de alguém abaixo. Devo lembrar que aquele que é a verdade, e também o caminho e a vida para os que creem, pelo qual são libertos aqueles que a conhecem, nunca fez mais do que apresentá-la, gentilmente, amorosamente, pacientemente, com seus gestos e suas palavras. Nem todos aceitaram-na. Nem todos deram atenção. Nem todos gostaram da ideia. Inclusive, alguns até conspiraram para que a verdade fosse vista como uma mentira. Assim o foi e assim tem sido. E diante dos fatos e exemplos vividos humildemente pela própria verdade, aqueles que são sua comunidade, que já o encontraram, que buscam por conhecê-lo cada vez mais íntimo, não devem agir como se tudo ao redor tivesse que ser dominado por essa verdade. Não é e, sinto informar, não será. É justamente porque a verdade existe, que sabemos a respeito da liberdade que todos têm até mesmo para rejeitá-la. Livre-arbítrio, esse que dá o direito de escolha, as quais geram consequências que terão de ser encaradas um dia, seja no juízo, seja nos altos e baixos da vida, seja enxergando que o caminho pelo qual está indo não chegará em um bom lugar. As pessoas são livres para pensar, livres para sentir, livres para escolher. E aquele que conhece a verdade não pode, de maneira alguma, anular o seu conhecimento agindo como se esses merecessem menos do seu amor, menos do amor daquele que o é. A verdade veio para todos. O amor veio para todos. Sem exceções. Sem distinções. Ao que sabemos, pelo agora. O depois daqui não pertence a nenhum de nós. Então, aos conhecedores, libertos, 'do caminho certo', eis aqui um conselho: AME! Transmita a verdade amando. O restante não é com você, e sim com aquele a quem você crê que pertence.