segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Não podemos confiar em nós mesmos!

Quando em extrema tolice permitimos que a hipocrisia alheia ou o pecado 'inofensivo' nos distanciem de Deus, nossa sensibilidade perde toda a força. Como um anestésico, a ilusão nos leva a um encantamento onde estacionamos a nossa vida no escuro e não reagimos à completa falta de luz. Logo passa a ser cada vez mais difícil ouvir a voz e direcionamento de Deus, enquanto nossas próprias razões soam mais alto e aparentemente mais belas do que a própria verdade.

Agimos como sonâmbulos, colocando uma venda nos olhos e nos entregando ao juízo inapropriado. Aos poucos o modo de viver se torna enganoso, e passamos a acreditar que estamos em paz, que está tudo bem conosco... Mas não está. Não é possível estar tudo bem, se a vida não está em concordância com a vontade de Deus! O fato de nos acharmos confortáveis por si só revela o quanto a vida vai mal. 'Pois aquele que deseja me seguir, disse Jesus, tome a sua cruz e venha...'

Cristo nos chama das trevas para a luz. Ele nos convida ao quebrantamento. Por isso há um certo desconforto na presença de Deus, algo que complementa essa paz misteriosa que vem do alto. Só podemos descansar na certeza de que a vida vai bem, quando nos incomodamos com nossas imperfeições, quando nos atentamos à tão grande necessidade que temos por mais de Cristo em nós, quando entendemos que o ser é mais humano apenas quando reflete a Cristo. Ninguém pode se encontrar na natureza, na arte, ou no estilo de vida que lhe convém. Nem em si mesmo o homem pode se encontrar com tamanha precisão. Em tudo isso há resquícios da mesma essência, obviamente, mas é somente no Criador que a criação encontra o seu significado, sua verdadeira paz e plenitude.

Entender, como o apóstolo Paulo, o quão miserável é nossa condição, é o que eleva a nossa vida a um patamar de verdadeira transformação. Nisso consiste tudo o que precisamos: Existir e nos mover em Deus.