Se eu puder acreditar… O
horizonte é infinito. As possibilidades são tamanhas que não posso vislumbrar.
Além da linha que vejo, moram os sonhos que almejo, realizações de pequenos
desejos. Além do imaginário eu posso chegar, se eu insistir em remar, se eu sofrer
sem parar.
Eu só preciso acreditar… Que o
mar vai se acalmar, que as ondas vão me levar, e que eu não vou me afogar. Sei
que existem realidades que se sonha, bem como realidades que se vive. Algumas
onde me sufoco, outras onde posso respirar, ou voar, ou simplesmente me
encontrar. Sou o que sonho. Vivo o que acredito. Acredito no invisível que meu
coração, tão sensível, consegue enxergar. Mesmo que eu só consiga avistar a
linha, o horizonte, o nada, sei que mais além há o tudo, a forma, o encontro de
areia e mar.
Eu só quero acreditar… Ainda que
eu me enfraqueça, e a minha fé adormeça, posso ver o sol se pôr, e há de ser em
algum lugar. Enquanto a lua chega, com o poder de me acalmar, eu me lembro
desde quando, me tornei sobrevivente no mar. Parece não haver motivos, para
crer que vou chegar, no lugar em que eu anseio, preciso e sonho estar.
Mas eu só sei acreditar… Mesmo
quando eu precisei mergulhar, com todo risco de me afogar, senti algo em meus
pés, o firmamento de areia ao invés. Conseguia pisar no finito, eu havia
chegado ao infinito. Ainda algo abstrato, novo como um retrato, do paraíso que
sonhei, nas ilusões mais verdadeiras que já criei.
Eu quase não podia acreditar… Que agora eu estava lá,
que a verdade me fez mergulhar, me tirou o ar para que eu aprendesse a
respirar. Mas ainda bem que agora é tarde para não crer, em tudo o que a fé
pode fazer. Ontem eu era um sobrevivente. E por acreditar, hoje sou um ser
vivente, da fé de tudo o que cria a minha mente, de qualquer possibilidade que
o meu coração sente.
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