O sonhador paga o preço por sonhar. Ele não quer deixar de acreditar nele mesmo, nas pessoas, nos propósitos de Deus. Alguns amigos vão se afastando, outros vão se conhecendo. Sentimentos novos e agradáveis têm surgido. Dois meses de muita novidade já se passaram. Casais feitos e desfeitos, decisões tomadas às pressas e outras bem pensadas, consequências sendo colhidas e outras sendo plantadas... Muitos estão pisando em ovos, dando passos no escuro. Poucos estão firmando os pés em algo sólido, confiando verdadeiramente na fé. O que ninguém pode negar é que a escolha está sempre disponível, e a jornada sempre continua.
Refletir o que realmente importa. Valorizar o que permanece. Acreditar no amor verdadeiro.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
O Lobo e a Lua (o canto e o brilho)
O
amor começou. Desconhecido. Bonito. Como o primeiro passo dado. Tornou-os
conhecidos e amigos. Melhores amigos. Marcou encontros e permitiu a esperança
pairar na floresta. Todas as noites eram especiais, e nenhum amanhecer era
comum. O lobo uivava chamando o brilho da noite que ele amava. A lua surgia
banhando a sua solidão em prata. Os dois trocavam olhares, harmonizavam
sentimentos generosos e sentiam-se próximos através do mar. Era onde o lobo
aguardava, e de onde a lua surgia todas as noites. Quanto mais brilhante, mais
alto o uivo. Quanto maior, mais crescia a esperança de tocá-la um dia.
Havia noites em que a lua não aparecia, e
nesses momentos escuros a dúvida sobre o amor surgia. Eram horas de solidão,
onde só o amor doído se sentia. Mas a novidade que ele nunca experimentou
estava ali. Tudo o que o fazia cantar por longas noites, tudo o que o fazia
esperar por longos dias. Era a primeira vez que se sentia tão vivo daquela
forma, que uivava tão bravamente para mostrar o melhor que podia, e que
acreditava em algo impossível como se fosse apenas questão permissível da
natureza. Por isso a dúvida não o impediria de querer ser o melhor, não para os
outros, mas para aquela que o olhava de forma diferente, que o banhava de uma
prata paixão.
Ouviu um dia boatos na floresta. Outro lobo
havia conquistado o brilho da noite, do outro lado do oceano. Não podia
acreditar, também não podia duvidar. Todos gostariam de ser parte da intensa
luz que aquela única lua refletia. Sim, ela era única, mas parece ter se
tornado igual. Não igual a outras luas inexistentes, mas igual a outros astros.
Mesmo assim ele insistiu, e além de perceber a verdade dos fatos no seu brilho
certa noite, ele perdoou. Foi graças a ele que naquela noite de um seco outono
choveu. A lua chorou, e se deu conta de que nenhum outro lobo, ou qualquer
outro animal, poderia fazê-la brilhar de forma tão autêntica e intensa.
Diante do perdão e encanto que pode haver
nesse tipo de atitude, a Lua fez uma promessa. Nada ou ninguém poderia
motivá-la a trazer mais vida e brilho a todas as noites do mundo. Ela contaria
as horas de onde estava para que fosse noite onde ele estava. Eles se
encontrariam para sempre e, caso a natureza permitisse, um dia o lobo poderia
habitar seu espaço, e fazer parte da sua luz de vez.
Por
longo tempo permaneceram assim. Foram cúmplices do que na noite ocorria. Ela
sempre ouvia sobre o que no dia acontecia. Amavam-se, contemplavam-se à
distância, perseverantes de um amor imenso como o mar que os separava. Então um
dia o inverno tomou conta de tudo. O lobo se cansou por algum motivo, e parou
de dar o seu melhor a quem merecia quando escureceu. A lua deixou a sua
grandeza e brilho de lado, ofuscou-se. Até hoje não entendem a razão. Talvez a
natureza quisesse assim. Mas um pouco daquele motivo de esperança ainda existia
dentro dele, embora tentasse reconquistá-la, por anos a fio, em vão. Queria ser
o motivo do melhor brilho que pudesse da única que amara até então. Lógica, ou
ilogicamente, não obtivera sucesso...
Em determinado nível de solidão o lobo percebeu
que talvez ela houvesse encontrado outro melhor do que ele, ou simplesmente
esquecido de sua existência. Não estava certo sobre isso, mas o que ele podia
afirmar no seu canto de lamento pelas noites, a partir dessas hipóteses, é que
o brilho dela havia mudado junto aos seus valores e motivos para iluminar as
noites. Ele se desprendeu. Percebeu que havia tantos outros seres dispostos a
conhecer o seu melhor. Sempre se lembraria dela, mas a lua não seria mais o seu
motivo de uivar e bradar. O lobo e a lua se conheceriam melhor que qualquer
astro ou ser vivo, para sempre. Por isso ele sabia que ela buscava nova cores e
motivos para refletir e brilhar, por um tempo desconhecido senão pela natureza.
E quanto a tudo o que sentiram um pelo outro, ninguém naquela floresta, ou em qualquer outro
lugar, poderia ser capaz de dizer que não foi verdadeiro... Pois a teoria de uma antiga lenda sempre sustentará a veracidade da história.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Desequilibre-se
Chega
de ser da noite e ser do dia. Chega de ser do frio e do calor, da maldade e da
bondade. Chega de ser entregue à mediocridade. Chega! Existe um ponto de
equilíbrio como o eixo que planta os pés do homem, mas não se pode estar na
corda bamba e esperar pela própria queda. Equilibrar-se na auto-suficiência já
é decidir-se cair. É preciso sair do equilíbrio. Necessário optar por algum
extremo. A escolha é direito comum e define o caráter, segue uma direção,
separa os pólos da mente, do corpo, do coração. Ninguém deseja desmoronar-se em
frustração. Não se opõe à direção que lhe tira do quase caído enquanto ainda
tem vez. Ou a luz está acesa ou está apagada. A comida está fria ou quente,
doce ou salgada. Ou o ser é anjo ou é demônio. Ou o homem é bom ou é mau. E se
tenta se equilibrar já se perdeu na vida morna, para o qual não foi criado. Ou
é um novo homem a cada dia, ou se desgasta na mesquinharia. A escolha deve ser
feita em tempo oportuno. Esse tempo que é agora mesmo. O caráter só é revelado
quando se decide ser alguém. É preciso escolher entre o antigo e o novo homem.
Decidir-se renovar ou se perder. Saia da corda bamba. Desça do muro. Seja quem
nasceu para ser. Escolha um lado qualquer e lide com as conseqüências, mas
chega de se equilibrar e ser a platéia do próprio declínio!
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Perseguindo a Névoa
A
pior sensação que existe é a de acordar de um pesadelo, desesperado, como se
aquilo tivesse sido real. E duas noites atrás foi o que aconteceu comigo, porém
de forma ainda mais tátil e assustadora. Do pesadelo tudo apagou. Acordei suando
frio, mas o dia ainda não havia clareado. Na verdade ainda estava muito escuro.
Quando me assentei na cama, percebi que não estava nela, mas sim em uma rua de
pedras. ‘Será ainda um sonho?’
Pensei. Mas era tudo real demais para eu não estar acordado. O tudo era nada.
Só era possível ver uma névoa acinzentada em meio à grande sombra que dominava
aquele lugar. Tentei me deitar para voltar a dormir, dando um jeito de fugir
daquela situação incomum, mas seria impossível com todas aquelas pedras
desajustadas. Além do mais, se aquilo era mesmo um sonho, talvez fosse para me
trazer mais profundamente à realidade do que aquela em que eu vivia. Constatei
o que havia imaginado quando ouvi uma voz dizendo algo a mim, o que me fez ter
a sensação mais estranha que já tive em toda a minha vida. Certo medo brotou
dentro de mim e me conscientizou de que aquele lugar, aquela voz e os
sentimentos que me provocavam eram mais que a realidade da forma que eu a
conhecia. Tudo aquilo era, sem dúvida, a própria e genuína verdade. A estranha
e pacífica voz disse, sussurrando: ‘Você
precisa estar sozinho agora, mas independente do medo comum, não pare de
caminhar em direção ao que você mais deseja. Você terá um momento para viver a
realidade da forma como ela realmente é. ‘
O que comecei a sentir era mais temor do que
medo. A vontade de permanecer ali era maior que qualquer impulso a fugir
daquela voz, mesmo que me fizesse estremecer. Aquela escuridão era de fazer
qualquer um chorar de medo, mas eu ainda não havia chegado a esse ponto,
justamente porque pude sentir a presença que aquela voz possuía, poderosa o
bastante para preencher qualquer vazio em que o medo pudesse entrar. Então
perguntei de meio assustado: ‘Quem é
você? Onde estou? O que estou fazendo aqui, e por que tenho essa leve sensação
de solidão? ‘ A voz respondeu, fazendo-me sentir ainda menor e mais
solitário, como alguém que não conhece nada sobre si mesmo: ‘ Eu sou alguém único, conhecido por você em
parte e de forma humanamente limitada. Você está aqui porque suas escolhas o
trouxeram até aqui. Essa é a realidade que você precisa conhecer. E você tem se
sentido assim, pois é necessário se estar sozinho para conhecer as próprias
necessidades, limites e objetivos, até que consiga firmar-se neles sem perder o
foco. ‘
Assim que a voz respondeu minhas perguntas,
foi como se ela desaparecesse, apesar de não possuir qualquer matéria que eu
tenha visto ou tocado. Tive medo. Senti-me só, de verdade, por completo. Não
tive reação além de refletir por alguns segundos, o que havia ouvido. Era muito
para se pensar. Mas eu nem havia começado a refletir e, surpreendentemente, uma
grande parede de concreto começou a desabar de um lado e de outro. Foi só então
que percebi aquelas enormes paredes ali. O medo aumentou, impulsionando-me a
levantar, e me pus a correr como nunca. A presença da voz ia e vinha. Ela dizia
coisas do tipo ‘ Não pare. ‘‘ Não
desista. ‘‘Você consegue resistir. ‘... E eu não parava de correr, enquanto
barreiras apareciam a minha frente e grandes muros caíam atrás de mim. Foi
então que eu percebi que eu podia enxergar no escuro. É muito fácil ver de
olhos abertos, mas é na escuridão que aprendemos a enxergar. Deparei-me com um
enorme precipício, e a névoa que me acompanhava desde o início acima de mim,
sem eu percebê-la, se fez como ponte para que eu atravessasse aquele lugar
horrível. Eu não tinha tempo para pensar o motivo de ela estar ali ou ter feito
aquilo por mim. Tive que ir em frente, e acreditar que eu não cairia.
Atravessei.
Parei para respirar, pensar, ou algo que me
colocasse no lugar certo. E a presença da voz havia voltado, daquela vez
dizendo algo diferente do que eu estava ouvindo desde o início daquela estranha
aventura: ‘Você pode sentir como se não
tem mais forças, às vezes, mas você sempre será capaz, se acreditar no que eu
estou lhe dizendo! Creia você ou não, você está correndo de desabamentos há
dias. Aprendeu a dar passos no escuro, justamente porque tem dado atenção a
cada palavra que digo e guardado em seu coração. Não deixe isso morrer! A partir
de agora você tem um longo caminho de destruição à frente. Terá muitas
barreiras, enormes, para derrubar e ir contra. Mantenha o foco na luz à
frente!’ E assim que a voz mencionou a palavra luz, ela apareceu como
mágica do tamanho de um vaga–lume, bem longe de onde eu me encontrava. Aquela
presença que me fortalecia de uma maneira que eu nunca havia experimentado,
continuou: ‘A luz que você vê é o que te
motivará a continuar e acreditar que pode chegar até ela. O que brilha lá na
frente é os seus maiores sonhos juntos ao seu propósito de vida. Não desvie o
seu olhar em momento algum. E não desanime diante de qualquer barreira, independente
do tamanho dela. Você vai sim sentir dores ou cansaço, mas qualquer impedimento
é banal para aqueles que são feitos de fé. Creia. ‘ Como eu já esperava, ou
não, a presença deixou de ser novamente.
Logo que retomei a corrida, agora com um foco
visível, os impedimentos começaram a aparecer. Primeiro foram passagens únicas,
onde eu só podia atravessar arrastando. Depois tive que escalar e descer vários
morros. Era difícil, não sabia se por motivos de fraqueza ou se por estar
sozinho, mas eu mantive o ritmo que podia. Tentava tirar da minha mente todo e
qualquer limite que eu conhecia de mim mesmo. Foi algo tão árduo, que eu sinto
aquela sensação de desespero e esgotamento até hoje, de verdade. E é como se
isso fosse durar para sempre dentro de mim. Por fim, chegando à etapa final de
tudo aquilo, parei para ver com mais clareza o que havia na luz que eu
perseguia. Observei, e me lembrei de coisas das quais havia desistido em minha
vida. Sem que eu esperasse mais uma vez, algo surpreendente e fisicamente
impossível aconteceu. Pequenos brilhos começaram a sair da luz e virem a mim,
tão rápido que eu não podia acompanhá-los. Milhões deles grudaram em mim e me
fizeram sentir como se algo ardesse interna e externamente, mas não me
machucava. Lembrei-me que eu estava me tornando de fé, como a voz havia me dito.
Então, impedindo meus pensamentos surpresos, grandes blocos de pedra começaram
a vir em minha direção. Eles apareciam do nada, e eu podia ir de frente com
todos eles, não importava o tamanho ou a consistência. Eu conseguia destruí-los
sem que fosse necessário muito esforço, apenas crendo em tudo o que ouvi
outrora. Talvez eu tenha trilhado essa parte por dias ou semanas... Houve
momentos em que fui derrubado, que me machuquei, que as luzes em mim se
apagaram por um tempo, mas eu mantive o meu foco na luz que se tornava cada vez
maior e mais insuportável de olhar. Até que a luz foi me cegando, e os blocos
pararam de aparecer. Fechei os meus olhos e caí ao chão. Comecei a chorar
naquele momento. Nem tanto de fraqueza, mas por ter tido uma experiência tão
densa, concreta e árdua. Senti que a luz perdera sua intensidade, então abri os
olhos. A poderosa voz se fez presente novamente, mas daquela vez ela tinha
forma. Abstrata, mas tinha. A voz pertencia à névoa, que todo tempo esteve
comigo. Ela disse apenas ‘Parabéns, você
conseguiu. Mesmo pensando que estava sozinho!’ e eu entendi tudo o que ela
queria que eu entendesse, afinal, ela era a presença de todos os momentos. A
voz me dizia o que eu devia escolher, ou pensar, e da forma como eu deveria
agir. Toda vez que ela entrava em meus ouvidos, penetrava a minha memória com o
que podia me dar a esperança que eu necessitava. Completando-a, a névoa foi a
minha força, meu escudo, minha proteção. Eu me dei conta de que tudo o que eu
acreditava na vida que vivia fora dali era naquela névoa, mesmo sem saber. Mas
não cria o bastante até então. Por fim, a névoa me agradeceu por escolher
acreditar, e completou: ‘Tudo o que você
perseguiu até aqui não foram os seus sonhos, simplesmente. Eu era a luz também.
Essa luz faz parte de mim. Muitos fogem da verdade porque se assustam com ela.
Deixam o reflexo fazê-los esquecer que podem alcançar a liberdade que precisam
no desconhecido... E você, foi um bom guerreiro. Não fugiu de mim. ‘ E assim que ela terminou de dizer tais
palavras que me fizeram conhecê-la melhor, toda aquela luz foi sugada para
dentro da névoa, e essa passou a habitar em mim. Foi aí que eu acordei
assustado e aliviado ao mesmo tempo. Obviamente cansado também, mas pronto a
encarar o resto da minha vida de forma diferente. Pois aquele dia, onde o sol
já brilhava, seria o início de uma nova realidade para mim. De súbito, ouvi
aquela voz já comum, no meu interior: ‘Haverão momentos em que você estará sozinho pra valer. Mas, mesmo que isso te machuque,
permaneça forte e mantenha sua fé em chamas em seu interior. ‘ Eu estava
pronto, então, para deixar de existir, e viver...
'... Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.' Fp 3.14
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Inalterado, o Coração
O ser que se tornou não pode ser mentira, que se altera com
os ventos e desejos da sua vida. Só o que resta é amargura, se por fugir do
ódio o for. Valorize a juventude, não mate sua flor. Se uma faísca de ódio
existe, o amor completo não pode ser. Se não fecha os olhos para amar, só
recebe quem merecer. Mas se os maus não o merecem, nele não há verdade. E se
ama pela metade, não passa de vaidade. E se a vaidade o consome, o ego é
exaltado. E se o ego vencer, nada pode ser alterado. E se a mudança não
acontece, o meio é contagiado. O sorriso se envelhece, pelo veneno condenado. E
se o indivíduo o mesmo bebe, um a um vai se perdendo. Em cegueira foge da vida,
pouco a pouco vai morrendo. Por isso escute caro jovem, o conselho de um velho
guerreiro. Sua vida pode ser nobre, ou desperdiçada por inteiro. Se do coração
se descuidar, o ódio consumirá o amor. Então não sobrará nada... Nada além da
dor.
sábado, 2 de fevereiro de 2013
#EncarandoAsNoites
No último ano, a garota do coração partido decidiu dispensar o amor, enquanto aquele que não soubera amar a seriedade da própria vida escolheu viver o passageiro, o momentâneo. Quantos de nós têm a consciência de que o amor é muito mais do que um 'kit de primeiros-socorros'? Sim, o sentimento raro é inexplicavelmente maior do que os beijos que duram apenas as intensas noites dos finais de cada semana. Quem sabe a percepção da ferida aberta, após uma noite de prazer, não ensine o óbvio aos carentes e renove a mente dos iludidos... Devemos cuidar da própria vida, e ajudar aqueles que amamos a cuidarem bem de si. Só não podemos esquecer que, no fim de um dia ensolarado ou nublado, a escolha de como vamos encarar a noite é sempre individual.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Dias de Verão em Vitória (Introdução)
Manhã acinzentada. Nem nublada, nem ensolarada. Apenas um pouco de esperança que tínhamos em fazer a viagem dos nossos sonhos. E aquela seria a oportunidade (pensamos). Maitê, Rafa, Walner e eu sonhávamos com aquelas viagens de filmes, em que um grupo de jovens amigos está junto em um carro conversível ouvindo boas músicas, com o vento batendo forte nos rostos que carregam óculos escuros estilosos, numa estrada em direção à praia de Malibu. Mas a realidade é BEM OPOSTA ao sonho, e a diferença sempre está nos pequenos detalhes importantes: Estávamos juntos, o quarteto (de idiotas e loucos), porém não tínhamos carro (nem um fusca, quanto mais um conversível) e iríamos de trem. Maldito trem. Não usamos óculos escuros e nem sentimos o vento bater no rosto. O que sentimos foi calor e frio, pelos raios solares que entravam pela janela e a alta temperatura do ar condicionado ligado. Além do mais não víamos estrada alguma, apenas mato, serras, e mais mato além do trilho do trem (AQUELES QUE NOS ACONSELHARAM A IR DE TREM POR SER LINDA A VISTA DURANTE A VIAGEM AINDA ACORDARÃO COM A BOCA CHEIA DE FORMIGA)... Mais um detalhe, talvez o mais importante e entediante: Dá-se ao fato de que a trajetória da viagem de carro dura por volta de 7 horas, e nós ficamos entre vagões (como sardinhas) por 13 horas (quase o dobro), quase uma vida! Aliás, fiquei imaginando como eu chegaria ao destino. Morto, em outra vida, ou sem amigos, pois o Walner seria o primeiro a partir por motivos de gordura máxima, a Rafa tão cedo quanto por falta do que o Walner tinha de sobra, e a Maitê de tristeza por sofrer tanto bullying pela forma como saía nas fotos...
Tudo bem. Sobrevivemos. Quase,
pelo menos. Porque o tédio, pra quem não sabe, pode matar, o pó de minério pode
nos sufocar e a comida do que chamam de lanchonete do trem pode (sempre) estar
envenenada. E nesse caso último eu seria o primeiro a morrer, pois vamos
combinar que é difícil encontrar alguém que aceite qualquer tipo de comida como
eu. Enfim, ouvimos música individualmente (coisa mais sem graça), cada um em
seu celular, tentamos jogar UNO na mesa da lanchonete, mas não era permitido
qualquer tipo de jogo ali (disse o garçom). Logo pensamos: Que m***a é essa?
Estamos apostando nossas vidas aqui? Como é que funciona isso? Por quê? Fomos
então voltar aos nossos lugares, e inventamos um tipo de jogo (Walner
inventou). Jogo das palavras... (Eu não acredito nisso) Tente jogar com seus
amigos e a única coisa que vai beneficiar o grupo será a facilidade que vocês
terão em descobrir quem é o mais idiota. Diga uma palavra, e o restante deve
dizer palavras que tenham alguma ligação com a primeira dita. Isso mesmo que
você, leitor, está pensando... Que m***a de brincadeira é essa??? Mas não foi
você que foi obrigado a ter esse tipo de idéia pela circunstância de estar em
um local fechado durante 13h. CLAUSTROFOBIA, QUASE ISSO.
Enfim, chegamos ao destino. E de
repente bateu o medo: ' - QUEM SÃO AS PESSOAS QUE IRÃO NOS HOSPEDAR?' Tudo bem,
esqueci de mencionar aqui, mas nós, de BH, não conhecíamos aqueles de Vitória,
a não ser pelo falecido ORKUT (que deus o tenha). Não tínhamos visto uns aos
outros pessoalmente por mais de algumas poucas horas no congresso em nossa
igreja, há um ano e meio antes daquela viagem. O MEDO ERA DE NOS SEQUESTRAREM!
Sério, não estou brincando. Confiar no mundo de hoje NÃO TÁ FÁCIL PRA NINGUÉM!
Mas éramos mais loucos que medrosos, então ligamos para os nossos conhecidos e
hospitaleiros (que medo). Ficamos ali no estacionamento da ferroviária por,
mais ou menos, 1 hora comendo um pacote de DORITOS que estava temperado com
muito minério. NÓS estávamos temperados de minério. Era tacar água que poderíamos
ser considerados fontes de petróleo. Anyway...
De repente, quando estávamos
quase babando de cansaço, eis que surge uma voz através de um MEGA-FONE. Isso
mesmo, Júnior e Rafaela chegam gritando por mineiros com um MEGA-FONE! Vamos
pegar o trem de volta, e eles nem vão nos ver (pensamos), mas era tarde demais
quando aquele mini-homem Júnior me viu e veio em minha direção para dar um
abraço. Resolvi ceder, e vingar o mega-fone com bastante minério. Foi uma boa
recepção, mas não acabou por aí... Eles nos levaram para a Igreja antes de ir
pra casa. PAUSA DRAMÁTICA (...) mais drama (...) e um pouco mais (...) – VELHO,
estávamos indo pra Igreja onde todos estariam para receber um quarteto de
ZUMBIS! O jeito era fingir que não estávamos sujos, aliás, quem estava sujo
mesmo? (Foi assim que agimos). Ficamos esperando o culto acabar, com as malas
na porta da igreja. Depois pediram para que o Walner e eu dançássemos uma
coreografia do nosso ministério. E pra ser bem sincero, eu achei que partes do
meu corpo cairiam naquele momento. Logo depois fomos levados a casa onde fomos
MUITO BEM RECEPCIONADOS pela querida Jack, mãe de Amanda e Wilbert.
Precisávamos comer e fomos ao
QUINTURAS, quase um KiMala de BH. Era isso... Nosso primeiro dia estava
finalmente terminando, embora parecesse que jamais acabaria.
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